Legenda da foto: Marcelo Bertini, presidente da rede
Cinemark no Brasil (Crédito: Divulgação)
Publicado originalmente no site MEIO & MENSAGEM, em 21
de maio de 2021
Presidente do Cinemark: retorno tem de ser inesquecível e
seguro
Marcelo Bertini comenta as alternativas que a rede busca
para atravessar o momento e relata a preparação para a volta do público
Com duas 642 salas de cinema fechadas em todo o Brasil, a
rede Cinemark, assim como outras empresas de exibição, vem procurando
alternativas para atravessar a crise da Covid-19, que impossibilitou boa parte
do setor de entretenimento de continuar suas atividades.
Sem poder exibir os filmes ao público, o Cinemark decidiu
apostar em outras frentes de negócio enquanto as medidas de distanciamento
social continuam valendo. A rede firmou uma parceria com o iFood para a
comercialização e entrega de pipocas e outros itens de bomboniere. O serviço,
por enquanto, já está valendo em São Paulo, mas a ideia é leva-lo às demais
cidades em que a rede está presente.
Na coordenação de todas essas estratégias para enfrentar a
crise está Marcelo Bertini, presidente da rede Cinemark no Brasil. O executivo
conta que, desde o fechamento das salas, o foco da empresa se voltou para
tentar preservar os empregos de seus colaboradores e também diz acreditar que
os amantes de cinema devem voltar a ocupar as salas assim que a flexibilização
acontecer e que a rede se prepara para garantir que isso aconteça com toda a
segurança possível. Confira a entrevista:
Meio & Mensagem: Uma das primeiras medidas de isolamento
social adotadas para tentar conter o avanço do vírus determinou o fechamento
das salas e complexos de cinemas nas cidades brasileiras. Como o Cinemark
recebeu essa medida e como foi o processo de interrupção das atividades?
Marcelo Bertini: Nossa primeira preocupação é com a saúde de
nossos colaboradores e clientes. Desde o início, respeitamos a orientação das
autoridades de saúde, com respeito à higienização dos complexos e orientações
para a equipe . Antes mesmo do início do fechamento dos cinemas – que aconteceu
praça a praça, e não por decisão do governo federal –, estávamos vendendo 50%
das salas, respeitando as orientações sobre distanciamento entre os
espectadores. Desta forma, foi uma evolução natural até o fechamento de toda a
operação, quando já estávamos com mais da metade das salas paradas. Os nossos complexos
estão fechados desde o dia 19 de março. Após o fechamento nosso foco foi o
time, os colaboradores da Cinemark e a manutenção dos empregos para atravessar
a crise.
M&M: O setor audiovisual, de forma geral, vem sendo
bastante prejudicado pelos atuais acontecimentos, por conta de produções e
gravações interrompidas. O Cinemark está em contato – ou existe alguma
articulação – das empresas que atuam no audiovisual e no setor de cinema para
tentar criar medidas alternativas para atravessar a crise?
Bertini: Essa crise afeta a todo o setor audiovisual e
cultural de forma bem direta. Por isso, precisamos dar as mãos para enfrentá-la
juntos. Um exemplo disso foi a realização, há alguns dias, de lives sobre o
filme “Turma da Mônica: Lições” nas redes sociais dos quatro maiores exibidores
brasileiros, em dias diferentes, em parceria com a distribuidora Paris Filmes.
Outras ações estão sendo pensadas com a participação de produtoras,
distribuidoras e exibidores. Estamos nos organizando em grupos para tratar dos protocolos
de segurança, de uma plano de comunicação para a fase da retomada, para
dialogar com os diferentes instituições governamentais na busca de ajuda para
atravessarmos esse período sem nenhum faturamento e também para o nosso
retorno.
M&M: A rede passará a apostar no delivery de produtos.
Como surgiu essa ideia e de que forma foi desenrolada a parceria com o iFood?
Bertini: A parceria com o iFood é um projeto antigo da
Cinemark, que integra a movimentação da rede com o objetivo de estar cada vez
mais próxima dos espectadores, onde quer que eles estejam. Outras ações já faziam
parte desse movimento, como a nossa presença em eventos como a CCXP e as
Olimpíadas, por meio de foodtrucks; a oferta de pipocas prontas e de
micro-ondas que iniciamos no varejo tradicional, mas rapidamente desenvolvemos
para as platoformas online; e até mesmo a venda de ingressos por meio de nosso
app, sem empresas intermediárias Buscamos entender, cada vez mais, o
comportamento dos nossos clientes e investir em outras frentes para além das
salas de cinema. O serviço já está operando em São Paulo e tem rápida
capacidade de expansão.
M&M: Além da comercialização dos produtos, o Cinemark
planeja outras soluções para tentar gerar receita nesse período?
Bertini: Por enquanto, estamos trabalhando apenas com a
venda de produtos, mas em três frentes diferentes: a venda dos produtos da
bomboniere por meio de serviços de entrega rápida, como o iFood; a
comercialização das nossas pipocas em supermercados, lojas de conveniência e em
plataformas de e-commerce com Magalu e B2W; e a venda de ítens exclusivos da Rede
como baldes, copos e garrafas temáticos de grandes sucessos do cinema, por meio
de nossa loja virtual. Seguimos estudando as possibilidades e avaliando o
mercado para entender de que maneira podemos nos inserir, além, é claro, de nos
preparamos para receber o público quando os cinemas reabrirem.
M&M: A rede faz alguma previsão em relação à resposta do
público quando as salas reabrirem? Acredita que as pessoas irão querer retomar
o hábito de incluir o cinema em seu lazer?
Bertini: Nós acreditamos nada se compara à experiência de
assistir a um filme numa tela grande, com o conforto e a tecnologia que os
cinemas proporcionam. Sabemos que os cinéfilos estão com saudade de ir ao
cinema e que vão querer retomar esse hábito assim que for possível. Vamos tomar
todas as medidas necessárias para que a segurança de nossos clientes e
colaboradores seja garantida no nosso retorno. Essa é o nosso principal
objetivo, voltar a oferecer uma experiência cinematográfica inesquecível, mas
sobretudo, segura.
M&M: Diversos blockbusters e produções que estavam
previstos para estrear em março e abril foram adiados. Há conversas com as
distribuidoras a respeito do novo agendamento de estreia destes filmes?
Bertini: O setor audiovisual está em conversas constantes
sobre o momento atual e sobre os próximos passos. Algumas distribuidoras já
divulgaram datas possíveis para suas grandes estreias, outras estão aguardando
a evolução da situação. O que podemos afirmar é que os cinemas terão muitas
atrações imperdíveis para mostrar quando o público voltar às salas.
Texto e imagem reproduzidos do site: meioemensagem.com.br
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